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Record Investiga: Guru do Santo Daime vai ser julgado por acusações de abuso sexual

Paulo Roberto Silva e Souza é suspeito de transformar a fé em ferramenta de violência

Domingo Espetacular|Do R7

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Uma das maiores autoridades do Santo Daime no Brasil está agora diante da Justiça. O Tribunal do Rio de Janeiro marcou para janeiro de 2026 o julgamento de Paulo Roberto Silva e Souza, líder espiritual acusado de transformar a fé em ferramenta de violência.


A investigação ganhou força após o Domingo Espetacular revelar relatos exclusivos de mulheres que acusam o religioso de abuso sexual. Segundo o Ministério Público, Paulo Roberto utilizava sua posição de poder e técnicas de manipulação psicológica para encurralar as vítimas. Denunciado por violação sexual mediante fraude e violência psicológica, o "Padrinho", como é conhecido na doutrina ,chegou a ter o pedido de prisão feito pelos promotores.


As denúncias partem de fiéis da Igreja Céu do Mar, em São Conrado, zona sul do Rio. Paulo Roberto, de 76 anos, é uma figura central na religião fundada na Amazônia em 1930 e conhecida por oferecer ayahuasca para os fiéis Estados Unidos.


Uma das vítimas, que hoje vive na Europa, recorda as quase duas décadas de convivência na igreja. O abuso ocorreu em um momento de extrema vulnerabilidade, logo após a morte do irmão dela. Sob o pretexto de oferecer apoio espiritual fora da igreja, Paulo a levou a um hotel.


"Você fica meio que hipnotizada por aquilo. Porque ele tem um poder de manipulação muito grande. Isso é inquestionável. A fala dele, ele chegava no trabalho, mudava tudo”, relata.

O depoimento dela se soma ao de outras mulheres, como Jéssica Nascimento de Sousa. Convidada para trabalhar com o líder, Jéssica foi assediada sob a justificativa de um "tratamento espiritual". Ao tentar denunciar, enfrentou a retaliação da comunidade: suas conversas privadas foram expostas e ela acabou expulsa da doutrina. Foi a partir de uma ação trabalhista movida por ela que o Ministério Público iniciou a investigação criminal.


Outras histórias seguem o mesmo padrão. A designer de interiores Isabela Maria Augusto de Lima, que ajudou a fundar a sede da igreja, relata que foi assediada durante uma suposta sessão de terapia.


A Justiça do Rio negou o pedido de prisão preventiva e marcou o julgamento para janeiro de 2026. Paulo Roberto está proibido de deixar o país e deve entregar seu passaporte imediatamente para evitar o risco de fuga.


O advogado de Paulo Roberto Silva e Souza afirmou que se manifestará apenas nos autos do processo e pretende comprovar a inocência do cliente.

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